Catorze
dias e treze noites passaram desde que encetámos a reflexão sobre a
possibilidade de, estarmos a presenciar, plácida e indolentemente, um nóxio
declínio educacional.
Cremos
que foi proporcionado o tempo suficiente para tornar límpida a água, outrora
sórdida, da qual a nossa mente abate a sua sede; e por essa razão, estaremos em
condições de perscrutar as premissas e, partindo deste ponto, chegar a uma
conclusão.
Desde
os exemplos descritos, em ambos os capítulos, à pungente pergunta lançada - tal
guerreiro romano que impiedosamente arroja a sua flecha no peito derrotado do
inimigo - no capítulo segundo, circum-navegámos por alguns pontos de interesse
e que se devem manter à tona daquela, por ora, facoide e franca água.
Devemos
relembrar, também, que os exemplos não se dão na rua, mas sim dentro daquelas
quatro paredes - já esquecidas do que são bons modelos – a que chamamos lar. E,
consequentemente, justificando-nos com o que acabámos de escrever, têm de ser
dados pelos pais.
Seguramente
que, para acalmar irreverente má formação filial, é mais simples aceder a todos
os seus pedidos – onde “pedidos” está escrito deve “ordens” ou “mandamentos”
ler-se – evitando uma birra – cuja solução passa por, somente, ignorá-la
que seguramente o broto, movido pelos processos de aprendizagem inerentes à
maioria dos seres humanos, reconhece que não obtém o que pretende mesmo
colocando-se no chão, batendo com mãos e pés nessa superfície e expondo umas
fuças choramingueiras – do
que, assertiva e justificadamente, usar um dos mais simples vocábulos
existentes em tudo quanto é idioma e dialeto, constituído por três letrinhas
apenas: NÃO.
Afortunadamente,
a natureza é sábia – quem a concebeu sabia bem com o que estava a trabalhar e o
que pretendia – e concede-nos o tranquilizante bálsamo de nos parecer que a
educação funciona por ciclos: filhos bem-educados são o espelho da educação dos
pais e filhos mal-educados refletem o que também faltou à sua progénie. Comos
sempre, permitam-nos esta asseveração que aceitamos as devidas exceções.
Baseando-nos
no anteriormente escrito resta-nos esperar que faustos e prósperos ventos
conduzam essas caravelas que, para já, navegam desgovernadas ou com um capitão
bazófias e incompetente.
Não
obstante, enquanto esperamos por essa deslocação de ar que traz ao colo a
cândida crença num superintendente capaz, não deixamos de vivenciar a catábase
dos bons valores.
Como
escrevemos já noutras reflexões e também nesta, em parágrafos anteriores,
mingam as personagens e atitudes que possam servir de lição a quem, ainda -
impelido por se soltar das perigosas amarras - as buscam. É que já nem os
desenhos animados do Super-Homem, Homem-Aranha,… os ajudam. Foram substituídos
por Casas dos Segredos, repetição da Casa dos Segredos, gala da Casa dos
Segredos,…
Mesmo
que se possa colocar culpa no que enumeramos, – quiçá um 2% - os restantes 98%
sabemos todos onde param. Só não sabemos o que andam a fazer.
Mas
não desistamos. Tomemos como exemplo a carpa japonesa, Koi, - amiudadamente figura em mitos e lendas dos países asiáticos
– que consegue remontar cascatas pantagruélicas e longos cursos de água até
chegar à nascente dos rios em que, esforçadamente, nada. Como recompensa, este
peixe ao conquistar o seu “triunfo”, segundo a lenda, transforma-se em dragão.
E este sucesso apenas se torna possível através da capacidade de sacrifício e
perseverança do animal.
Ora, se
uma carpa é capaz de ultrapassar os obstáculos que, pela frente, se lhes
colocam, também nós, mediante a perseverança e força de carácter, somos capazes
de nadar contra correntes adversas e alcançar os nossos propósitos.