A
vida é uma viagem que vai desde a c… (é mesmo esse o sítio, seus prevertidos) à
tumba e que está cheia de questões. Muitas delas jamais serão respondidas,
outras têm uma solução tão complexa que muitos de nós não seríamos capazes de
perceber e, ainda outras, que os nossos governantes não querem que se faça e
muito menos que sejam respondidas. Pelo menor por eles!
Mas
aquelas que estimulam e “minam” os nossos cérebros são as que valem a pena.
Questões como “o que acontece se beberes veneno fora do prazo?” Mata-nos
mais? Ou o que acontece?
Se
estiveres com a tua mãe vai-te dizer que por um dia não há problema!
E
é sobre estas criaturinhas fascinantes que eu hoje vou escrever.
Quem
tem dois dedos de testa (e são suficientes dois, não é preciso chegar ao
extremo do Luisão… aquilo devem ser dois palmos), leu o título e já tem uma
noção do que aí vem.
As
mães são aquele ser carinhoso que, na maior parte das vezes, podes recorrer se
te faltar alguma coisa. Sobretudo se for comida para a semana seguinte. Mas se
te atreveres a regressar a casa sem o tupperware...está
o caldo entornado. Ouves um sermão dos
antigos onde ela te acusa de ser um inconsciente sem noção da vida e da
dificuldade que ela pressupõe, que ela cozinha todo o fim-de-semana para ti e
nem isso és capaz de ter em consideração. E a lista continua, continua e
continua.
Ainda
tentas remediar e dizes “mas mãe, sou jovem e inexperiente. São coisas que
acontecem. Também já foste assim”. Ela vai-te dizer que não tão irresponsável
como tu mais vai deixar passar…desta vez!
Só um conselho aqui: não uses “não me
posso lembrar de tudo” porque aí ficas a “pão e água” e ainda tens de ser tu a
moer o trigo e a abrir o poço!
Para
quem esteja a questionar-se se já não é um pouco tarde para a publicação deste
texto, afinal o dia da Mãe foi no domingo (3 de maio) e hoje deve ser o dia que
for menos domingo, 3 de maio, a resposta é fácil. Tudo foi minuciosamente
pensado e preparado para criar o efeito que será notório à medida que
progredimos na leitura desta letra.
E
não, não foi porque me esqueci de o publicar no dia “próprio”.
Mais
uma vez, no domingo, comercialmente conhecido “dia da Mãe” (para quem não sabe,
originalmente, o “dia da Mãe” era celebrado a 8 de dezembro), milhares de
publicações nas redes sociais apareceram a louvar as respetivas progenitoras.
Não é nada comigo mas cabe-me questionar se, estando longe de casa, as mães não
prefeririam um telefonema, podendo ouvir as vossas vozes, a uma publicação no
Facebook que provavelmente foi procurada no Google copiada e colada? Não tem
nada de mal, cada um faz o que pode!
Ou
então irem passar um bocadinho com elas…irem almoçar juntos ou algo do género,
já que querem tanto celebrar esse dia. Mas talvez seja eu a ser “old fashioned”!
Resumindo:
o meu objetivo neste parágrafo é que eu também celebrei o “dia da Mãe” no
domingo, 3 de maio. No entanto, quero, ao publicar isto noutro dia, fazer
lembrar uns quantos que, hoje, também pode ser dia da mãe…e do pai se ele
quiser e a mãe deixar!
Todos
os dias podem-no ser (cliché) e
não o temos celebrar, unicamente, em dias úteis à comercialização de produtos
rentáveis a determinados sectores e a carteiras específicas.
Mas
passando à frente de tais temas deprimentes… mães, hein, que seres fabulosos!
Não
coloquei nenhuma ironia aqui. Acredito na adjetivação que lhes atribuí. Tais
mulheres aguentam 9 meses (nalguns casos 12) com um pontapé das costas (ainda
que na altura não lhes tenha custado tanto…ainda que uns “Ais” fossem
libertados) que lhes arredonda a tripa, tornozelos inchados e hiperémeses
gravídicas (se não sabe, vá ao dicionário…médico provavelmente).
Na
altura do nascimento aguentaram com as dores de parto, que em parte é mentira
que agora os doutores dão epidurais e analgésicos para aquilo não doer. Mas
pronto, taditas, sentem a necessidade da compaixão e apreço por outras pessoas
visto que o pai desmaiou quando viu a cabeça do puto a sair a caverna. “Tal buraco não serviu para isto há uns meses atrás! – pensou o pai antes
de aterrar redondo no chão.”
Quando somos crianças, as nossas mães
lembra-se de tudo em relação a nós. De todas as doenças que tivemos, de quantas
vezes tivemos escarlatina porque o maldito bicho não nos deixava a faringe,
quantas vezes tivemos febre há dois anos atrás, qual a temperatura exata da
nossa testa naquela festa de anos em que sujámos o vestido novo da tia ou os
lençóis do hotel.
E
para além de terem esta memória ainda são adivinhas e preveem que doenças podes
vir a ter e o que fazer para as evitar… “come laranja se não ficas constipado”
(treta, não há evidência científica de tal facto),” come espinafres para
desenvolveres esses músculos” (mentira, muito espinafre comi eu e mal consigo
levantar o meu peso da cama) ou “ não vás para a rua com o cabelo molhado que
apanhas um resfriado” (vá que este até tem o seu fundo de verdade).
Mas
as mães têm uma memória fantástica no que respeita a nós, filhos. Para além das
doenças que tivemos, lembram-se da nossa aparência quando eramos pequenitos, da
posição em que a nossa conceção foi realizada.
Mas
mesmo fora do campo materno são capazes de recordar uma lista de compras maior
que a minha sebenta de Anatomia (367 páginas), de quando há que pagar as
contas, o valor da fatura da luz do mês anterior e que nem a própria empresa
sabe. Já os pais...
Só
um segredo, a EDP não tem bases de dados de clientes. Tem é cerca de 100 mães a
verificar mensalmente os contadores.
Já
a jeito de término, parabéns a essas mães do mundo fora que ainda sabem o que é
sê-lo. Às outras…sorte com os filhos!